As bases da Educacao Fisica Especial
As Bases da Educação Física
Especial
Conceitos fundamentais
Elaborado por Alberto
Cabral
Albertocabral.js@gmail.com
2.Análise e discussão
1.
As deficiencias quanto ao tipo, temos as seguintes:
Deficiência Mental: Ela manifesta-se antes dos 18 anos e caracteriza-se
por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da
média, com limitações associadas a duas ou mais áreas de conduta adaptativa ou
da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade.
Condutas Típicas: São manifestações de comportamentos típicos de
portadores de síndrome e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos
que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízo no relacionamento social,
em grau que requeira atendimento especializado. As pessoas com condutas típicas
tem acentuado desvio de comportamento emocional e social ocasionando problemas
de desenvolvimento, dificuldades de adaptação e aprendizagem escolar.
Deficiência Auditiva: Perda total ou parcial da capacidade de ouvir. A perda
da audição pode ser divida em perda do tipo neuro - sensitivo e perda do tipo
condutivo. O tipo condutivo do defeito permite, em geral, tratamento médico ou
cirúrgico. O indivíduo com esse tipo de perda usa muito bem, na maioria dos casos, o aparelho de surdez e
apresenta problemas de reabilitação relativamente simples. Já a pessoa como
tipo neuro sensorial de perda da audição apresenta maior número de problemas
para sua perfeita reabilitação. Esse tipo de perda pode ser congênito ou de
etiologia adquirida. Se o indivíduo adquiriu boa linguagem antes da doença de
que resultou a perda neuro-sensorial da audição, provavelmente será otimamente
reabilitada. Se a perda é de origem congênita e grave, não podemos esperar fala
e linguagem normais, mas podemos prever comunicação efetiva como resultado de medidas
máximas para sua reabilitação.
Deficiência Visual: A deficiência visual engloba tanto a cegueira como a
baixa visão.
Deficiência na
Linguagem: A fala é considerada defeituosa quando a maneira de
falar interfere na comunicação, quando a maneira de falar da pessoa distrai a
atenção daquilo que é dito, ou quando a fala é de tal ordem que o próprio
falante se sente indevidamente constrangido ou apreensivo acerca de sua maneira
de falar.
Deficiência Múltipla: deficiência múltipla é aquela em que o indivíduo
apresenta distúrbios graves e profundos. Todos os indivíduos com deficiência
mental moderada ou profunda, que tem pelo menos outra deficiência (auditiva,
visual, paralisia, etc.), são portadores de deficiência múltipla.
Deficiência Motora: Refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor, que
compreende o sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As
doenças ou lesões que afetam quaisquer sistemas, isoladamente ou em conjunto,
podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis,
segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.
Deficiência Física: Pessoa Portadora de Deficiência Física é aquela que
apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da função fisica, apresentando-se sob a
forma de paraplegia, parapesia, monoplegia, monoparesia, teraplegia, tetraparesia,
hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros
com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as
que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. As doenças terminadas em - plegia significa
que a pessoa perdeu o movimento do membro, a - pares ia é quando se perde a
sensibilidade no membro atingido. Refere-se à falta de membro ou de parte dele
e também a perda ou redução da capacidade motora. A deficiência física engloba
vários tipos de limitação motora.
2. Níveis
de deficiência mental são:
LEVE: As
pessoas com esse nível de deficiência podem desenvolver habilidades escolares e
profissionais. Chegando, inclusive a prover a sua manutenção, muito embora
necessitem, algumas vezes, de ajuda e orientação em situações sociais
diferentes daquelas a que estão acostumados.
MODERADO: O
indivíduo com deficiência mental moderada tem capacidade insuficiente de desenvolvimento
social. Mas poderá manter-se economicamente através de programas supervisionados
de trabalho.
SEVERO: As
pessoas portadoras de deficiência mental de nível severo apresentam pouco desenvolvimento
motor e mínimo desenvolvimento de linguagem. Poderão contribuir apenas parcialmente
para sua subsistência, em ambientes controlados.
PROFUNDO: A
pessoa com a deficiência nesse nível tem um retardo intenso e a capacidade sensorial
motora mínima. Mesmo, com suas dificuldades há possibilidades de adquirirem
hábitos de cuidados pessoais, através de programas de "condicionamento
operante".
3. As deficiências
mentais de forma educativa são: o retardo mental leve, moderado, severo ou
profundo. E as caracteristicas especificam dos doentes mentais são: ele
apresenta limitações nas habilidades mentais gerais. Essas habilidades estão
ligadas à inteligência, atividades que envolvem raciocínio, resolução de
problemas e planejamento, entre outras. A inteligência é avaliada por meio do
Quociente de Inteligência (QI) obtido por testes padronizados. O resultado de
uma pessoa com Transtorno de Desenvolvimento Intelectual nessa avaliação
situa-se em 75 ou menos.
4. O
retardo mental é uma condição, geralmente irreversível, caracterizada por uma
capacidade intelectual inferior à normal com dificuldades de aprendizado e de
adaptação social, que normalmente está presente desde o nascimento ou que se
manifesta nos primeiros anos da infância. Na maioria dos casos, a causa do
retardo mental é desconhecida, mas várias condições durante a gravidez podem
causar ou contribuir para o retardo mental da criança, como o uso de certas drogas, o consumo excessivo de álcool, a radioterapia e a má nutrição. As dificuldades associadas ao parto prematuro, o
traumatismo crânio-encefálico ou a concentração muito baixa de oxigênio durante
o parto também podem causar retardo mental. Anomalias cromossômicas, como na
síndrome de Down, são causas comuns de retardo mental, porém esse quadro pode
ser consequência de outros distúrbios hereditários que podem ser corrigidos
antes que o retardo mental ocorra, como no caso da fenilcetonúria ou do
cretinismo, por exemplo.
5. A
Educação Física (EF) tem um papel importante no desenvolvimento global dos
alunos, principalmente daqueles com deficiência, tanto no desenvolvimento motor
quanto nos desenvolvimentos intelectual, social e afetivo. Quando se trata da
EF Adaptada, pensamos em uma área de conhecimento que discute os problemas
biopsicossociais da população considerada de baixo rendimento motor: portadores
de deficiência física, deficiências sensoriais (visual e auditiva), deficiência
mental e deficiências múltiplas.
Ela procura
tratar do aluno sem que haja desigualdades, tornando a autoestima e a
autoconfiança mais elevada através da possibilidade de execução das atividades,
consequentemente da inclusão. As atividades proporcionadas pela EF Adaptada
devem oferecer atendimento especializado aos alunos com necessidades especiais,
respeitando as diferenças individuais, visando proporcionar o desenvolvimento
global dessas pessoas, tornando possível não só o reconhecimento de suas
potencialidades, como também, sua integração na sociedade. (DUARTE; LIMA 2003).
6. Transtorno
de conduta envolve um padrão repetitivo de comportamento que viola os direitos
básicos de terceiros. São fatores associados a comportamento anti-social na
infância: ser do sexo masculino, receber cuidados maternos e paternos
inadequados, viver em meio à discórdia conjugal, ser criado por pais agressivos
e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental, residir em áreas urbanas e
ter nível socioeconômico baixo.
7. A deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida. A congênita ocorre no nascimento, tendo como principais
causas as doenças durante a gestação, como por exemplo, rubéola ou
toxoplasmose. Também pode advir de problemas durante o parto ou de herança
genética. Já a surdez adquirida pode
ser provocada por diversas doenças, pelo envelhecimento natural, ou mesmo, por
exposição contínua a ruídos muito altos. A nossa capacidade auditiva começa a
declinar em torno dos 40 anos de idade e esse processo continua gradativamente.
Quando atingimos os 80 anos, há uma queda significativa, sendo essa deficiência
conhecida como presbiacusia.
8. As
principais estratégias para o ensino de indivíduos portadores de Deficiência
auditiva são: Promover Aprendizagem sem Pré-Conceito, Formação de Professores
para Educação Inclusiva do Surdo e Reforço Escolar para o Surdo.
9. De
acordo com a temática abordada é importante fazermos uma viagem histórica para
nos situarmos de como as pessoas com deficiência passaram a usufruir seus
direitos, principalmente os direitos de aprendizagem no que se refere à
igualdade de condições de acesso ao Currículo e demais áreas do conhecimento,
tendo assegurada a oferta do Atendimento Educacional Especializado, em salas de
recursos multifuncionais. O
objetivo principal do AEE é o de identificar, elaborar e organizar recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, contudo, tais
atividades não são substitutivas a escolarização.
O atendimento educacional especificado disponibiliza
programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagem e códigos
específicos de comunicação e sinalização ajudas técnicas e tecnologia
assistida, dentre outros.
10. É
importante o conhecimento de tais problemas, pois, independente da escolha de
atuação do profissional da área, haverá sempre a possibilidade de se trabalhar
com pessoas que têm deficiência, seja em escolas regulares, academias, clubes,
colônias de férias, enfim, em qualquer lugar.
11. Tabela
de deficiencias e as principais modalidades a praticar:
|
Deficiência |
Principais
modalidades a praticar |
|
Pessoas com dificuldade para locomoção, deficiencia
fisica. |
·
Basket Ball, utilizando a cadeira de rodas. ·
Tênis de mesa ·
Voleibol sentado ·
Remo Adaptável ·
Arco e flecha ·
Ciclismo ·
Esgrima ·
Tiro paralímpico ·
Halterofilismo Paralímpico |
|
Pessoas com paralisia cerebral e outros problemas
neurológicos |
·
Bocha adaptada |
|
Cegos |
·
Futebol de 5 ·
Goalball ·
|
|
Pessoas com deficiência visual ou física |
·
Natação ·
Musculação ·
Atletismo ·
Hipismo paralímpico |
|
Pessoas com defic. auditiva |
·
Futebol |
12. Para
competir nos Jogos de Surdos a única exigência é que o atleta tenha perda
auditiva de pelo menos 55 decibéis no melhor ouvido.
13. A
orelha está dividida em três partes: orelhas
externa, média e interna. A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo e pelo canal auditivo
externo ou meato auditivo; A orelha
média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um
espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três
ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo,
bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos na orelha média,
através de ligamentos. A orelha interna, chamada labirinto, é
formada por escavações no osso temporal, revestidas por membrana e preenchidas
por líquido. Limita-se com a orelha média pelas janelas oval e a redonda. O
labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol - relacionada com a
audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída
pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.
14. Partes
e Funções do aparelho auditivo:
|
Partes da Orelha |
Estruturas Anatômicas |
Função |
|
Orelha externa |
Captar e conduzir o som até a orelha média. |
Destinada à captação do som, está projetada na região lateral da cabeça e
é formada pelo pavilhão da orelha e o meato acústico externo. |
|
Membrana timpânica, cadeia |
Conduzir as ondas sonoras até a |
A cavidade timpânica é uma pequena cavidade cheia de ar
com três partes: mesotímpano (área frontal à membrana do tímpano),
hipotímpano (parte inferior da membrana timpânica) e epitímpano (porção
superior à membrana timpânica). Está no limite entre o meato acústico externo
e a orelha média |
|
Vestíbulo (responsável pelo |
Constituído por três canais circulares, utrículo e sáculo, denominados de
órgãos otolíticos, preenchidos por um fluido denominado endolinfa, além de
uma substância gelatinosa. Essas estruturas são divididas em três partes, o
labirinto ósseo, o membranoso e um espaço entre eles, que é preenchido pela
perilinfa. |
Os sistemas sensoriais atuam em conjunto na manutenção do equilíbrio
corporal, e a informação sensorial recebida influencia na resposta motora. A
disposição dos canais do aparelho vestibular permite que eles recebam
informações dos três planos dos movimentos da cabeça no espaço. |
15.
Breve historia da Educação especial:
A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e
educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições
de ensino regulares ou ambientes especializados (como por exemplo, escolas para
surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência
intelectual).
São também considerados
público-alvo dessas escolas crianças com transtornos globais de desenvolvimento
ou com altas habilidades/superdotação.
Assim, os objetivos da educação
especial são os mesmos da educação em geral. O que difere, entretanto, é o
atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno.
Ela se desenvolve em torno da
igualdade de oportunidades, atendendo às diferenças individuais de cada criança
através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os educandos
podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades.
O Ensino Especial tem ganhado
visibilidade nas últimas duas décadas devido ao movimento de educação
inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas por sua exclusividade e por não
promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças.
Por outro lado, as escolas com
educação especializada contam com materiais, tecnologia, equipamentos e
professores especializados. Enquanto o sistema regular de ensino ainda precisa
ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.
Em 1975, em Moçambique existiam 4
Escolas Especiais privadas, sendo duas na Cidade de Maputo (Deficiência
Auditiva e Mental), duas na província de Sofala (Deficiência Auditiva e o
Instituto Nacional dos Deficientes Visuais) e uma na cidade de Nampula
(Deficiência Mental) as quais foram nacionalizadas. Estas instituições tinham
uma tripla subordinação, nomeadamente Saúde (assistência médica), Acção Social
(apoio social) e a Educação professores, programas de estudo e o apoio directo
às escolas.
Os efetivos escolares de
crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais (NEE) nas escolas
referenciadas de 1975 a 1990 oscilavam de 20 a 50 alunos, o rácico professor
aluno era de 3 a 7 alunos, conforme a tabela abaixo.
|
N |
Províncias |
Escolas |
Efectivos escolares |
|||
|
1975 |
1980 |
1985 |
1990 |
|||
|
1 |
Cidade de Maputo |
Escola Especial nº 1 -Surdos |
18 |
48 |
45 |
57 |
|
Escola Especial nº 2- Deficiência Mental (DM) |
8 |
12 |
20 |
25 |
||
|
2 |
Sofala |
Instituto dos Deficientes Visuais da Beira |
15 |
45 |
49 |
55 |
|
Escola Especial nº 3- Surdos |
Sem cadastro |
|||||
|
3 |
Nampula |
Dr. António Aurélio da Costa Ferreira – D M |
Sem cadastro |
|||
16. Conceitos básicos: Desigualdade e diferença:
Desigualdade social é um conceito que afeta principalmente os países
não desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio no padrão de
vida dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar, profissional, de
gênero, entre outros.
Diferença é a qualidade que permite que algo se distinga de
outra coisa. O termo, que deriva do latim differentĭa, pode ser usado para
mencionar a variedade de coisas de uma mesma espécie.
17. A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o
atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em
instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (como por exemplo,
escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com
deficiência intelectual). São também considerados público-alvo dessas escolas
crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas
habilidades/superdotação. Educação inclusiva aponta para a transformação de uma
sociedade inclusiva e é um processo em que se amplia a participação de todos os
estudantes nos estabelecimentos de ensino regular.
18. Os Princípios da aprendizagem
especial são:
·
Inclusão,
·
Participação,
·
Garantir
que todos os professores são treinados e que se sentem capazes de assumir a
responsabilidade por todos os alunos,
·
Apoiar
a participação dos alunos e dos pais na tomada de decisões educacionais,
·
Uma
visão da aprendizagem como um processo,
·
Utilizar
abordagens personalizadas de aprendizagem para todos os alunos,
·
A
implementação de um Programa Educativo Individual (PEI),
·
Ensino
cooperativo em que os professores utilizam uma abordagem de trabalho em equipa
envolvendo os próprios alunos,
·
Aprendizagem
cooperativa em que alunos se ajudam uns aos outros de formas diferentes,
·
Resolução
cooperativa de problemas envolvendo abordagens sistemáticas para a gestão
positiva da sala de aula,
·
Grupos
heterogéneos de alunos e diferenciação pedagógica para responder à diversidade
das necessidades dos alunos na sala de aula,
·
Ensino
eficaz baseado em metas específicas,
·
Avaliação
que apoie a aprendizagem e não rotule ou conduza a consequências negativas para
os alunos.
a) Inclusão diz respeito a um grupo mais
vasto de alunos e não apenas aos identificados com necessidades educativas
especiais. Diz respeito a quaisquer alunos em risco de exclusão resultante de insucesso
escolar;
b) Participação significa que todos os
alunos estão envolvidos em actividades significativas de aprendizagem.
19. Actividades físicas adaptadas as necessidades educativas:
Kirk e Gallagher (1996) definiram a criança com deficiência como toda
aquela que se desvia da norma estatística ou da criança normal pelas suas características
mentais, capacidades sensoriais, características neuromotoras ou físicas,
comportamento social, capacidades de comunicação e múltiplas deficiências.
Essas diferenças devem ser suficientemente notadas, a ponto de requerer a modificação
de práticas escolares ou necessitar de serviços de educação especial para
possibilitar o desenvolvimento até à sua capacidade máxima. Por outro lado, para
Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), a deficiência é caracterizada por
perda ou anormalidade da função psicológica, fisiológica ou anatómica, temporária
ou permanente, incluindo a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro,
órgão ou tecido, ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções
mentais, levando o indivíduo a apresentar dificuldades específicas e suscetíveis
de limitar ou dificultar a atividade e a participação em condições de igualdade
com as demais pessoas em conjugação com os fatores ambientais. A abordagem da
deficiência tem sofrido uma forte evolução conceptual, sendo que o conceito de necessidades
especiais começa a ser utilizado no final dos anos 70 e para Madureira e Leite
(2003, p. 31) necessidades especiais referem-se a:
(1) populações que devido a fatores de cariz sócio-cultural e/ou a
diferenças linguísticas estão, ou podem estar, em risco de insucesso escolar.
Este tipo de situações pode ser reduzido significativamente, melhorando a
qualidade do ensino;
(2) situações que embora graves, em termos de deficiência, podem não ter
qualquer consequência no processo e progresso educativo do aluno, exigindo apenas
um amplo serviço de apoio no sentido de facilitar o acesso ao currículo
escolar;
(3) situações onde são evidentes as dificuldades na aprendizagem, ou seja em
aceder ao currículo oferecido pela escola, exigindo um atendimento especializado,
de acordo com as características específicas do aluno.
Ao nível da intervenção, a identificação da deficiência e consequente orientação
e encaminhamento devem decorrer de um diagnóstico precoce de carácter multidisciplinar.
Por outro lado, a não existência de grupos homogéneos nas pessoas com
deficiência, exigem a definição de respostas específicas que vão ao encontro
das suas necessidades diferenciadas e identificáveis e, por conseguinte, com
base nas potencialidades e habilidades pessoais.
A intervenção diária com esta população deve ter como principal objetivo o
desenvolvimento máximo das suas capacidades e aptidões, qualidades individuais,
de forma a adaptar-se às exigências da vida quotidiana inerentes à sociedade em
que está inserida. Neste contexto, o movimento, enquanto componente fortemente
reeducativa, terapêutica e de reabilitação, foi alvo de grande desenvolvimento
e implementação no século XX, o que implicou a proliferação de diferentes perspetivas
e metodologias de trabalho, dado que as atividades de carácter desportivo,
lúdico, cultural e social têm um papel de extrema importância no processo de
reabilitação de pessoas com deficiência, como modo de evitar o seu isolamento e
possíveis atitudes antissociais.
Por atividade física adaptada entende-se todo o movimento, atividade física
e desporto em que a ênfase é colocada sobre os interesses e capacidades das
pessoas com condições limitantes, tais como a deficiência, problemas de saúde
ou pessoas mais velhas.
Neste contexto, a atividade física adaptada pode ser considerada como um
corpo de conhecimentos interdisciplinar dedicado à identificação e solução das diferenças
individuais em atividade física, adequando-as ao contexto em que elas se
desenrolam (Tejero, Vaíllo, & Rivas, 2012). É um termo ligado à promoção de
estilos de vida ativos e saudáveis, com a finalidade de minimizar os problemas
psicomotores que interferem no desenvolvimento pessoal do ser humano.
Por outro lado, a atividade física adaptada inclui, mas não está limitada
somente, à educação física, desporto de competição, recreação, dança, artes
criativas, nutrição, medicina e reabilitação (Hutzler & Sherrill, 2007).
Nesta sequência, pode-se afirmar que a atividade física adaptada se
expressa em três dimensões, designadamente a competitiva, a recreativa e a terapêutica.
A estas vertentes acrescentou o Comité para o Desenvolvimento do Desporto, em
1981, a educativa (Marques et al., 2001).
Potter (1987) refere que qualquer que seja o nível de prática desportiva
alcançado pela pessoa com deficiência os efeitos são de três ordens:
(1) Fisiológicos: exploração dos limites articulares, controlo do
movimento voluntário, melhoria da aptidão física geral e da saúde;
(2) Psicológicos: domínio do gesto que conduz a um aumento de
autoconfiança, redução da ansiedade e melhoria da comunicação;
(3) Sociais: contribuição para o desenvolvimento da autonomia e da
reintegração social.
Nesta sistematização, Guttmann (1977) acrescenta ainda a existência de
efeitos terapêuticos (como complemento da terapia física), assim como refere
que a grande vantagem do desporto sobre o exercício curativo reside na sua
vertente recreativa.
Pereira, Osborne, Pereira e Cabral (2013) mencionam que a prática
desportiva contribui para:
(1) a socialização da pessoa com deficiência, na medida em que facilita a
comunicação, a realização pessoal, a autoimagem, o autoconceito e a autonomia,
além de relativizar as suas limitações, uma vez que valoriza e divulga as suas
capacidades físicas;
(2) o desporto também reforça a autoestima, dando-lhe alegria de viver,
melhorando a qualidade de vida, favorecendo a comunicação e o convívio social.
Enquanto, a prática desportiva de alto rendimento proporciona oportunidades
para a pessoa com deficiência desenvolver as suas capacidades e
potencialidades, sentir alegria e prazer, experimentar o êxito e superar os
seus limites (DePauw & Gavron, 2005).
Por outro lado, estes atletas são vistos como autênticos modelos de
superação para outros indivíduos com deficiência, na medida em que os estimula
na procura de soluções para ultrapassar as suas próprias barreiras, facilitando
desta forma a integração social através do desporto (Winnick, 2011; Woods,
2006).
20. Nao, porque as pessoas com necessidades educativas
especiais precisam de um atendimento, que passa a ser de acordo com as
diferenças individuais do aluno. Atendendo às diferenças individuais de cada
criança através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os
educandos podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas
necessidades.
3.Conclusão
Findo o trabalho, pude obter
conhecimentos importantes no que toca a Bases da Educação Física Especial.
Com a conclusão do mesmo, aprendi que
Deficiência Mental: Ela manifesta-se antes dos 18 anos e caracteriza-se por
registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da
média, com limitações associadas a duas ou mais áreas de conduta adaptativa ou
da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade.
A Educação Especial é o ramo da educação
voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência.
Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes
especializados, como por exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou
escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual.
Concluí também que a Desigualdade social é um conceito que afeta principalmente os países não
desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio no padrão de vida
dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar, profissional, de
gênero, entre outros. Diferença é a qualidade que permite que algo se distinga
de outra coisa. O termo, que deriva do latim differentĭa, pode ser usado para
mencionar a variedade de coisas de uma mesma espécie.
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https://www.efdeportes.com/efd104/educacao-fisica-especial.htm,
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