As bases da Educacao Fisica Especial

 

As Bases da Educação Física Especial

Conceitos fundamentais

Elaborado por Alberto Cabral

Albertocabral.js@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2.Análise e discussão

1.       As deficiencias quanto ao tipo, temos as seguintes:

Deficiência Mental: Ela manifesta-se antes dos 18 anos e caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, com limitações associadas a duas ou mais áreas de conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade.

 

Condutas Típicas: São manifestações de comportamentos típicos de portadores de síndrome e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízo no relacionamento social, em grau que requeira atendimento especializado. As pessoas com condutas típicas tem acentuado desvio de comportamento emocional e social ocasionando problemas de desenvolvimento, dificuldades de adaptação e aprendizagem escolar.

Deficiência Auditiva: Perda total ou parcial da capacidade de ouvir. A perda da audição pode ser divida em perda do tipo neuro - sensitivo e perda do tipo condutivo. O tipo condutivo do defeito permite, em geral, tratamento médico ou cirúrgico. O indivíduo com esse tipo de perda usa muito bem, na maioria dos casos, o aparelho de surdez e apresenta problemas de reabilitação relativamente simples. Já a pessoa como tipo neuro sensorial de perda da audição apresenta maior número de problemas para sua perfeita reabilitação. Esse tipo de perda pode ser congênito ou de etiologia adquirida. Se o indivíduo adquiriu boa linguagem antes da doença de que resultou a perda neuro-sensorial da audição, provavelmente será otimamente reabilitada. Se a perda é de origem congênita e grave, não podemos esperar fala e linguagem normais, mas podemos prever comunicação efetiva como resultado de medidas máximas para sua reabilitação.

Deficiência Visual: A deficiência visual engloba tanto a cegueira como a baixa visão.

Deficiência na Linguagem: A fala é considerada defeituosa quando a maneira de falar interfere na comunicação, quando a maneira de falar da pessoa distrai a atenção daquilo que é dito, ou quando a fala é de tal ordem que o próprio falante se sente indevidamente constrangido ou apreensivo acerca de sua maneira de falar.

Deficiência Múltipla: deficiência múltipla é aquela em que o indivíduo apresenta distúrbios graves e profundos. Todos os indivíduos com deficiência mental moderada ou profunda, que tem pelo menos outra deficiência (auditiva, visual, paralisia, etc.), são portadores de deficiência múltipla.

Deficiência Motora: Refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor, que compreende o sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.

Deficiência Física: Pessoa Portadora de Deficiência Física é aquela que apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função fisica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, parapesia, monoplegia, monoparesia, teraplegia, tetraparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.  As doenças terminadas em - plegia significa que a pessoa perdeu o movimento do membro, a - pares ia é quando se perde a sensibilidade no membro atingido. Refere-se à falta de membro ou de parte dele e também a perda ou redução da capacidade motora. A deficiência física engloba vários tipos de limitação motora.

 

2.       Níveis de deficiência mental são:

LEVE: As pessoas com esse nível de deficiência podem desenvolver habilidades escolares e profissionais. Chegando, inclusive a prover a sua manutenção, muito embora necessitem, algumas vezes, de ajuda e orientação em situações sociais diferentes daquelas a que estão acostumados.

MODERADO: O indivíduo com deficiência mental moderada tem capacidade insuficiente de desenvolvimento social. Mas poderá manter-se economicamente através de programas supervisionados de trabalho.

SEVERO: As pessoas portadoras de deficiência mental de nível severo apresentam pouco desenvolvimento motor e mínimo desenvolvimento de linguagem. Poderão contribuir apenas parcialmente para sua subsistência, em ambientes controlados.

PROFUNDO: A pessoa com a deficiência nesse nível tem um retardo intenso e a capacidade sensorial motora mínima. Mesmo, com suas dificuldades há possibilidades de adquirirem hábitos de cuidados pessoais, através de programas de "condicionamento operante".

3.       As deficiências mentais de forma educativa são: o retardo mental leve, moderado, severo ou profundo. E as caracteristicas especificam dos doentes mentais são: ele apresenta limitações nas habilidades mentais gerais. Essas habilidades estão ligadas à inteligência, atividades que envolvem raciocínio, resolução de problemas e planejamento, entre outras. A inteligência é avaliada por meio do Quociente de Inteligência (QI) obtido por testes padronizados. O resultado de uma pessoa com Transtorno de Desenvolvimento Intelectual nessa avaliação situa-se em 75 ou menos.

4.       O retardo mental é uma condição, geralmente irreversível, caracterizada por uma capacidade intelectual inferior à normal com dificuldades de aprendizado e de adaptação social, que normalmente está presente desde o nascimento ou que se manifesta nos primeiros anos da infância. Na maioria dos casos, a causa do retardo mental é desconhecida, mas várias condições durante a gravidez podem causar ou contribuir para o retardo mental da criança, como o uso de certas drogas, o consumo excessivo de álcool, a radioterapia e a má nutrição. As dificuldades associadas ao parto prematuro, o traumatismo crânio-encefálico ou a concentração muito baixa de oxigênio durante o parto também podem causar retardo mental. Anomalias cromossômicas, como na síndrome de Down, são causas comuns de retardo mental, porém esse quadro pode ser consequência de outros distúrbios hereditários que podem ser corrigidos antes que o retardo mental ocorra, como no caso da fenilcetonúria ou do cretinismo, por exemplo.

5.       A Educação Física (EF) tem um papel importante no desenvolvimento global dos alunos, principalmente daqueles com deficiência, tanto no desenvolvimento motor quanto nos desenvolvimentos intelectual, social e afetivo. Quando se trata da EF Adaptada, pensamos em uma área de conhecimento que discute os problemas biopsicossociais da população considerada de baixo rendimento motor: portadores de deficiência física, deficiências sensoriais (visual e auditiva), deficiência mental e deficiências múltiplas.

Ela procura tratar do aluno sem que haja desigualdades, tornando a autoestima e a autoconfiança mais elevada através da possibilidade de execução das atividades, consequentemente da inclusão. As atividades proporcionadas pela EF Adaptada devem oferecer atendimento especializado aos alunos com necessidades especiais, respeitando as diferenças individuais, visando proporcionar o desenvolvimento global dessas pessoas, tornando possível não só o reconhecimento de suas potencialidades, como também, sua integração na sociedade. (DUARTE; LIMA 2003).

6.       Transtorno de conduta envolve um padrão repetitivo de comportamento que viola os direitos básicos de terceiros. São fatores associados a comportamento anti-social na infância: ser do sexo masculino, receber cuidados maternos e paternos inadequados, viver em meio à discórdia conjugal, ser criado por pais agressivos e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental, residir em áreas urbanas e ter nível socioeconômico baixo.

7.       A deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida. A congênita ocorre no nascimento, tendo como principais causas as doenças durante a gestação, como por exemplo, rubéola ou toxoplasmose. Também pode advir de problemas durante o parto ou de herança genética. Já a surdez adquirida pode ser provocada por diversas doenças, pelo envelhecimento natural, ou mesmo, por exposição contínua a ruídos muito altos. A nossa capacidade auditiva começa a declinar em torno dos 40 anos de idade e esse processo continua gradativamente. Quando atingimos os 80 anos, há uma queda significativa, sendo essa deficiência conhecida como presbiacusia.

8.       As principais estratégias para o ensino de indivíduos portadores de Deficiência auditiva são: Promover Aprendizagem sem Pré-Conceito, Formação de Professores para Educação Inclusiva do Surdo e Reforço Escolar para o Surdo.

9.       De acordo com a temática abordada é importante fazermos uma viagem histórica para nos situarmos de como as pessoas com deficiência passaram a usufruir seus direitos, principalmente os direitos de aprendizagem no que se refere à igualdade de condições de acesso ao Currículo e demais áreas do conhecimento, tendo assegurada a oferta do Atendimento Educacional Especializado, em salas de recursos multifuncionais. O objetivo principal do AEE é o de identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, contudo, tais atividades não são substitutivas a escolarização.

O atendimento educacional especificado disponibiliza programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagem e códigos específicos de comunicação e sinalização ajudas técnicas e tecnologia assistida, dentre outros.

10.   É importante o conhecimento de tais problemas, pois, independente da escolha de atuação do profissional da área, haverá sempre a possibilidade de se trabalhar com pessoas que têm deficiência, seja em escolas regulares, academias, clubes, colônias de férias, enfim, em qualquer lugar.

 

11.   Tabela de deficiencias e as principais modalidades a praticar:

Deficiência

Principais modalidades a praticar

Pessoas com dificuldade para locomoção, deficiencia fisica.

·         Basket Ball, utilizando a cadeira de rodas.

·         Tênis de mesa

·         Voleibol sentado

·         Remo Adaptável

·         Arco e flecha

·         Ciclismo

·         Esgrima

·         Tiro paralímpico

·         Halterofilismo Paralímpico

Pessoas com paralisia cerebral e outros problemas neurológicos

·         Bocha adaptada

Cegos

·         Futebol de 5

·         Goalball

·          

Pessoas com deficiência visual ou física

·         Natação

·         Musculação

·         Atletismo

·         Hipismo paralímpico

Pessoas com defic. auditiva

·         Futebol

12.   Para competir nos Jogos de Surdos a única exigência é que o atleta tenha perda auditiva de pelo menos 55 decibéis no melhor ouvido.

13.   A orelha está dividida em três partes: orelhas externa, média e interna. A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo e pelo canal auditivo externo ou meato auditivo; A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos.  A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal, revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol - relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.

14.   Partes e Funções do aparelho auditivo:

Partes da Orelha

Estruturas Anatômicas

Função

Orelha externa

Captar e conduzir o som até a orelha média.

Destinada à captação do som, está projetada na região lateral da cabeça e é formada pelo pavilhão da orelha e o meato acústico externo.

Membrana timpânica, cadeia
ossicular (martelo, bigorna,
estribo), tuba auditiva,
ligamentos

Conduzir as ondas sonoras até a
orelha interna

A cavidade timpânica é uma pequena cavidade cheia de ar com três partes: mesotímpano (área frontal à membrana do tímpano), hipotímpano (parte inferior da membrana timpânica) e epitímpano (porção superior à membrana timpânica). Está no limite entre o meato acústico externo e a orelha média

Vestíbulo (responsável pelo
equilíbrio) e cóclea (responsável
pela audição)

Constituído por três canais circulares, utrículo e sáculo, denominados de órgãos otolíticos, preenchidos por um fluido denominado endolinfa, além de uma substância gelatinosa. Essas estruturas são divididas em três partes, o labirinto ósseo, o membranoso e um espaço entre eles, que é preenchido pela perilinfa.

Os sistemas sensoriais atuam em conjunto na manutenção do equilíbrio corporal, e a informação sensorial recebida influencia na resposta motora. A disposição dos canais do aparelho vestibular permite que eles recebam informações dos três planos dos movimentos da cabeça no espaço.

 

15.   Breve historia da Educação especial:

A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (como por exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual). 

São também considerados público-alvo dessas escolas crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação.

Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno.

Ela se desenvolve em torno da igualdade de oportunidades, atendendo às diferenças individuais de cada criança através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os educandos podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades.

O Ensino Especial tem ganhado visibilidade nas últimas duas décadas devido ao movimento de educação inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas por sua exclusividade e por não promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças.

Por outro lado, as escolas com educação especializada contam com materiais, tecnologia, equipamentos e professores especializados. Enquanto o sistema regular de ensino ainda precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.

Em 1975, em Moçambique existiam 4 Escolas Especiais privadas, sendo duas na Cidade de Maputo (Deficiência Auditiva e Mental), duas na província de Sofala (Deficiência Auditiva e o Instituto Nacional dos Deficientes Visuais) e uma na cidade de Nampula (Deficiência Mental) as quais foram nacionalizadas. Estas instituições tinham uma tripla subordinação, nomeadamente Saúde (assistência médica), Acção Social (apoio social) e a Educação professores, programas de estudo e o apoio directo às escolas.

Os efetivos escolares de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais (NEE) nas escolas referenciadas de 1975 a 1990 oscilavam de 20 a 50 alunos, o rácico professor aluno era de 3 a 7 alunos, conforme a tabela abaixo.

 

N

Províncias

Escolas

Efectivos escolares

1975

1980

1985

1990

1

Cidade de Maputo

Escola Especial nº 1 -Surdos

18

48

45

57

Escola Especial nº 2- Deficiência Mental (DM)

8

12

20

25

2

 

Sofala

Instituto dos Deficientes Visuais da Beira

15

45

49

55

Escola Especial nº 3- Surdos

Sem cadastro

3

Nampula

Dr. António Aurélio da Costa Ferreira – D M

Sem cadastro

16.   Conceitos básicos: Desigualdade e diferença:

Desigualdade social é um conceito que afeta principalmente os países não desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio no padrão de vida dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar, profissional, de gênero, entre outros.

Diferença é a qualidade que permite que algo se distinga de outra coisa. O termo, que deriva do latim differentĭa, pode ser usado para mencionar a variedade de coisas de uma mesma espécie.

17.  A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (como por exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual). São também considerados público-alvo dessas escolas crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação. Educação inclusiva aponta para a transformação de uma sociedade inclusiva e é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular.

18.  Os Princípios da aprendizagem especial são:

·         Inclusão,

·         Participação,

·         Garantir que todos os professores são treinados e que se sentem capazes de assumir a responsabilidade por todos os alunos,

·         Apoiar a participação dos alunos e dos pais na tomada de decisões educacionais,

·         Uma visão da aprendizagem como um processo,

·         Utilizar abordagens personalizadas de aprendizagem para todos os alunos,

·         A implementação de um Programa Educativo Individual (PEI),

·         Ensino cooperativo em que os professores utilizam uma abordagem de trabalho em equipa envolvendo os próprios alunos,

·         Aprendizagem cooperativa em que alunos se ajudam uns aos outros de formas diferentes,

·         Resolução cooperativa de problemas envolvendo abordagens sistemáticas para a gestão positiva da sala de aula,

·         Grupos heterogéneos de alunos e diferenciação pedagógica para responder à diversidade das necessidades dos alunos na sala de aula,

·         Ensino eficaz baseado em metas específicas,

·         Avaliação que apoie a aprendizagem e não rotule ou conduza a consequências negativas para os alunos.

a) Inclusão diz respeito a um grupo mais vasto de alunos e não apenas aos identificados com necessidades educativas especiais. Diz respeito a quaisquer alunos em risco de exclusão resultante de insucesso escolar;

b) Participação significa que todos os alunos estão envolvidos em actividades significativas de aprendizagem.

19.  Actividades físicas adaptadas as necessidades educativas:

Kirk e Gallagher (1996) definiram a criança com deficiência como toda aquela que se desvia da norma estatística ou da criança normal pelas suas características mentais, capacidades sensoriais, características neuromotoras ou físicas, comportamento social, capacidades de comunicação e múltiplas deficiências. Essas diferenças devem ser suficientemente notadas, a ponto de requerer a modificação de práticas escolares ou necessitar de serviços de educação especial para possibilitar o desenvolvimento até à sua capacidade máxima. Por outro lado, para Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), a deficiência é caracterizada por perda ou anormalidade da função psicológica, fisiológica ou anatómica, temporária ou permanente, incluindo a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão ou tecido, ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais, levando o indivíduo a apresentar dificuldades específicas e suscetíveis de limitar ou dificultar a atividade e a participação em condições de igualdade com as demais pessoas em conjugação com os fatores ambientais. A abordagem da deficiência tem sofrido uma forte evolução conceptual, sendo que o conceito de necessidades especiais começa a ser utilizado no final dos anos 70 e para Madureira e Leite (2003, p. 31) necessidades especiais referem-se a:

(1) populações que devido a fatores de cariz sócio-cultural e/ou a diferenças linguísticas estão, ou podem estar, em risco de insucesso escolar. Este tipo de situações pode ser reduzido significativamente, melhorando a qualidade do ensino;

(2) situações que embora graves, em termos de deficiência, podem não ter qualquer consequência no processo e progresso educativo do aluno, exigindo apenas um amplo serviço de apoio no sentido de facilitar o acesso ao currículo escolar;

(3) situações onde são evidentes as dificuldades na aprendizagem, ou seja em aceder ao currículo oferecido pela escola, exigindo um atendimento especializado, de acordo com as características específicas do aluno.

Ao nível da intervenção, a identificação da deficiência e consequente orientação e encaminhamento devem decorrer de um diagnóstico precoce de carácter multidisciplinar. Por outro lado, a não existência de grupos homogéneos nas pessoas com deficiência, exigem a definição de respostas específicas que vão ao encontro das suas necessidades diferenciadas e identificáveis e, por conseguinte, com base nas potencialidades e habilidades pessoais.

A intervenção diária com esta população deve ter como principal objetivo o desenvolvimento máximo das suas capacidades e aptidões, qualidades individuais, de forma a adaptar-se às exigências da vida quotidiana inerentes à sociedade em que está inserida. Neste contexto, o movimento, enquanto componente fortemente reeducativa, terapêutica e de reabilitação, foi alvo de grande desenvolvimento e implementação no século XX, o que implicou a proliferação de diferentes perspetivas e metodologias de trabalho, dado que as atividades de carácter desportivo, lúdico, cultural e social têm um papel de extrema importância no processo de reabilitação de pessoas com deficiência, como modo de evitar o seu isolamento e possíveis atitudes antissociais.

Por atividade física adaptada entende-se todo o movimento, atividade física e desporto em que a ênfase é colocada sobre os interesses e capacidades das pessoas com condições limitantes, tais como a deficiência, problemas de saúde ou pessoas mais velhas.

Neste contexto, a atividade física adaptada pode ser considerada como um corpo de conhecimentos interdisciplinar dedicado à identificação e solução das diferenças individuais em atividade física, adequando-as ao contexto em que elas se desenrolam (Tejero, Vaíllo, & Rivas, 2012). É um termo ligado à promoção de estilos de vida ativos e saudáveis, com a finalidade de minimizar os problemas psicomotores que interferem no desenvolvimento pessoal do ser humano.

Por outro lado, a atividade física adaptada inclui, mas não está limitada somente, à educação física, desporto de competição, recreação, dança, artes criativas, nutrição, medicina e reabilitação (Hutzler & Sherrill, 2007).

Nesta sequência, pode-se afirmar que a atividade física adaptada se expressa em três dimensões, designadamente a competitiva, a recreativa e a terapêutica. A estas vertentes acrescentou o Comité para o Desenvolvimento do Desporto, em 1981, a educativa (Marques et al., 2001).

Potter (1987) refere que qualquer que seja o nível de prática desportiva alcançado pela pessoa com deficiência os efeitos são de três ordens:

(1)   Fisiológicos: exploração dos limites articulares, controlo do movimento voluntário, melhoria da aptidão física geral e da saúde;

(2)   Psicológicos: domínio do gesto que conduz a um aumento de autoconfiança, redução da ansiedade e melhoria da comunicação;

(3)   Sociais: contribuição para o desenvolvimento da autonomia e da reintegração social.

Nesta sistematização, Guttmann (1977) acrescenta ainda a existência de efeitos terapêuticos (como complemento da terapia física), assim como refere que a grande vantagem do desporto sobre o exercício curativo reside na sua vertente recreativa.

Pereira, Osborne, Pereira e Cabral (2013) mencionam que a prática desportiva contribui para:

(1) a socialização da pessoa com deficiência, na medida em que facilita a comunicação, a realização pessoal, a autoimagem, o autoconceito e a autonomia, além de relativizar as suas limitações, uma vez que valoriza e divulga as suas capacidades físicas;

(2) o desporto também reforça a autoestima, dando-lhe alegria de viver, melhorando a qualidade de vida, favorecendo a comunicação e o convívio social. Enquanto, a prática desportiva de alto rendimento proporciona oportunidades para a pessoa com deficiência desenvolver as suas capacidades e potencialidades, sentir alegria e prazer, experimentar o êxito e superar os seus limites (DePauw & Gavron, 2005).

Por outro lado, estes atletas são vistos como autênticos modelos de superação para outros indivíduos com deficiência, na medida em que os estimula na procura de soluções para ultrapassar as suas próprias barreiras, facilitando desta forma a integração social através do desporto (Winnick, 2011; Woods, 2006).

20.  Nao, porque as pessoas com necessidades educativas especiais precisam de um atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno. Atendendo às diferenças individuais de cada criança através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os educandos podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades.

 

 

 

 

 

 

3.Conclusão

Findo o trabalho, pude obter conhecimentos importantes no que toca a Bases da Educação Física Especial.

Com a conclusão do mesmo, aprendi que Deficiência Mental: Ela manifesta-se antes dos 18 anos e caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, com limitações associadas a duas ou mais áreas de conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade.

A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes especializados, como por exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual.

Concluí também que a Desigualdade social é um conceito que afeta principalmente os países não desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio no padrão de vida dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar, profissional, de gênero, entre outros. Diferença é a qualidade que permite que algo se distinga de outra coisa. O termo, que deriva do latim differentĭa, pode ser usado para mencionar a variedade de coisas de uma mesma espécie.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referencias bibliograficas:

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CANZIANI, Maria de Lourdes B. , Educação Especial - visão de um processo dinâmico e integrado, 1985.

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MONOGRAFIAS, O atendimento educacional especializado e as práticas educativas na perspectiva da inclusão na escola Maria Rafols de Breves-PA, disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-atendimento-educacional-especializado-as-praticas-educativas-na-perspectiva-da-inclusao.htm#indice_4, acesso aos 20/06/2020.

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